A Prefeitura de Nova Olinda do Maranhão está no centro de uma polêmica após a publicação de um edital que prevê um gasto milionário com materiais de informática — com destaque para impressoras. Segundo o documento oficial, a licitação será realizada na modalidade pregão eletrônico, fundamentada na nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), e prevê a surpreendente quantia de R$ 1.038.883,22 para a aquisição dos itens.
O que mais chama atenção é que, segundo o próprio edital, o foco principal da compra são impressoras. Considerando o preço médio de mercado atual de cerca de R$ 1.000 por unidade, a prefeitura poderia adquirir mais de mil impressoras multifuncionais com o valor previsto. Mesmo se fosse destinada uma máquina a cada sala de aula, posto de saúde ou setor da administração municipal, ainda assim sobrariam centenas de equipamentos.
Para onde iriam tantas impressoras? A pergunta que ecoa entre os moradores ainda não foi respondida pela gestão do prefeito Ary Menezes. De acordo com dados do último censo do IBGE, Nova Olinda do Maranhão possui apenas 14.314 habitantes, o que daria praticamente uma impressora para cada 14 moradores.
Em meio à indignação, a população lembra das necessidades urgentes em áreas como saúde, educação e infraestrutura, que seguem com problemas crônicos. O cenário levanta suspeitas sobre a real intenção por trás do gasto milionário — e escancara uma prática recorrente no interior do Maranhão: o uso da legalidade administrativa para mascarar desperdícios ou possíveis irregularidades com o dinheiro público.
A falta de justificativa técnica plausível e a desproporção do valor anunciado exigem ação imediata dos órgãos de controle, como o Ministério Público e os tribunais de contas. A população também cobra transparência e responsabilidade, enquanto a imprensa cumpre seu papel de denunciar e manter o foco sobre decisões que podem comprometer o bom uso dos recursos públicos.
Afinal, o povo de Nova Olinda do Maranhão não precisa de uma impressora para cada esquina. Precisa de respeito, de prioridades e de serviços públicos de verdade.