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Artigo: Educação inclusiva: dignidade e respeito

Felipe Camarão Secretário Estadual de Educação

Uma das bandeiras de luta do governo Flávio Dino é a inclusão das pessoas com deficiência, nos diferentes espaços sociais, assegurando-lhes direitos e respeito. Na Educação, trabalhamos diariamente para possibilitar todas as condições necessárias a fim de que nossos estudantes e professores desfrutem de um ambiente educativo, que comungue aprendizagem, afeto e inclusão. Como educador, sei que a relação desses três elementos faz total diferença na formação de uma pessoa.

No Maranhão, tivemos, na última semana, a feliz coincidência de comemorar os 100 anos do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, durante a programação da Semana da Pessoa com Deficiência que, nesta edição, é intitulada “Ressignificando o direito de aprender: pessoa com deficiência, sujeito motriz da mudança”. A programação trouxe debates e reflexões, em diversas regiões do nosso Maranhão, a partir de um princípio fundamental que Freire defendeu e que se eternizou em uma de suas frases: “A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”.

A política educacional Escola Digna dessa gestão tem, entre seus pilares, a escola pública democrática, acessível e que respeita as diferenças, na perspectiva de promover a autonomia moral, social e intelectual aos estudantes, público-alvo da Educação Especial. Atualmente, na rede estadual, são mais de 1,4 mil atendidos no ensino regular.

A Escola Digna é dotada de acessibilidade, na estrutura física, com as rampas e banheiros adaptados; distribuição de uniformes em Braille, um feito inédito na rede estadual de ensino; a formação continuada para os profissionais; concurso realizado pelo governador Flávio Dino, logo no início de seu governo; avaliação diagnóstica para levantamento das necessidades educacionais específicas; acompanhamento técnico-pedagógico e atendimentos especializados nos Centros/Núcleo Especializados de Educação Especial, da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

É importante ressaltar que esses Centros e Núcleo receberam, nesta gestão, melhorias na infraestrutura, com a requalificação de seus espaços. Alguns até ganharam prédios próprios e modernos, como o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), com sede na Avenida Jerônimo de Albuquerque (Cohab) e que se tornou referência nacional, não apenas pela estrutura física, mas, notadamente, pelo belíssimo trabalho de inclusão dos estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, tornando-os protagonistas de suas histórias.

Com o Escola Digna, em todas as regiões do Maranhão, podemos garantir dignidade e respeito aos estudantes público-alvo da Educação Especial, nessa ampla rede de ensino. Mas é preciso destacar que implementar a Educação Inclusiva é um desafio inerente a todos nós, professores, estudantes, família, gestores, poder público e sociedade civil. É por essa sinergia que lutamos todos os dias!

“Estamos em um tempo em que falar de Educação já deveria ser sinônimo de INCLUSÃO […] Afinal, uma educação que não é inclusiva não deveria ser chamada de Educação”. (ALVES, 2010)

Felipe Costa Camarão
Professor
Secretário de Estado da Educação
Membro Titular do Fórum Nacional de Educação – FNE
Membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
25/09/2021

Artigo: O bom combate dos ‘300’ na Educação

Recentemente, meditei na história de Gideão, da Bíblia, uma das mais surpreendentes e encorajadoras que já descobri nas Escrituras Sagradas. Um juiz a quem Deus confiou liderar um exército de 300 homens que pelejou, vitoriosamente, contra os midianitas. A princípio, eram 32 mil, desses, 22 mil desistiram após o Senhor apregoar que: “Quem for medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade”. Apenas dez mil ficaram. Mas, para Deus, ainda eram muitos. Então, o Senhor disse: “Faze-os descer às águas, e ali os provarei; […] Qualquer que lamber as águas com a língua, como faz o cão, a esse porás de um lado; e a todo aquele que se ajoelhar para beber, porás do outro. E foi o número dos que lamberam a água, levando a mão à boca, trezentos homens; mas todo o restante do povo se ajoelhou para beber. Disse ainda o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água vos livrarei, e entregarei os midianitas na tua mão; mas, quanto ao resto do povo, volte cada um ao seu lugar.”

A narrativa bíblica, registrada no livro de Juízes, capítulo 7, trouxe à minha memória a batalha de Termópilas, combate heroico, no qual o rei Leônidas e seus 300 bravos guerreiros espartanos lutaram contra o numeroso exército persa (estima-se 300 mil homens), liderado pelo rei Xerxes. Uma guerra aparentemente desleal, em quantidade, mas que desmoralizou o poderoso império persa pelo sacrifício, total devoção e unidade daqueles homens em defesa de um único propósito, seu território.

Os 300 de Gideão e os 300 de Esparta nos ensinam fabulosas lições de como ser vitorioso, com muitos ou poucos; o importante é estar imbuídos da mesma convicção de que é possível alcançar o alvo. Semelhante às lutas travadas por esses dois exércitos, os dias atuais requerem de nós bravura e união, diante da batalha contra a pandemia da Covid-19, marcada por perdas irreparáveis de vidas e do direito à aprendizagem adequada de uma geração, em idade escolar, que está, há mais de um ano, longe dos espaços educacionais.

Chegou o momento de convocação dos “300” educadores e educadoras do Maranhão – profissionais que, até meados de julho e agosto, estarão imunizados – para uma batalha cívica contra o obscurantismo, o “terraplanismo”, os ataques à educação pública e tantas outras intempéries enfrentadas por todos nós, nesse terrível cenário pandêmico.

É como esse exército que lutaremos o bom combate em nossas escolas, nas salas de aulas, seja de forma remota, híbrida ou presencial, pois é tempo de resgatar a autoestima dos nossos estudantes para o convívio escolar e crença de que é possível, pela educação, serem protagonistas de uma sociedade justa e equânime.

Conclamo todos os profissionais da educação do Maranhão para a luta por uma educação pública de qualidade, capaz de resistir a todo e qualquer ataque que sofrer. Avante!

Felipe Costa Camarão
Professor
Secretário de Estado da Educação
Membro Titular do Fórum Nacional de Educação – FNE
Membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Fonte: Seduc
21/05/2021