Na cerimônia em que foi empossado como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite desta quinta-feira (12), o ministro Gilmar Mendes afirmou que o “país se reorientou” e que o Brasil “leniente e apático ficou para trás”. A declaração foi dada quando o magistradao se referia ao julgamento do mensalão e à operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.
Gilmar Mendes, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ocupará a vaga de presidente do TSE no lugar de Dias Toffoli. O mandato se encerra em fevereiro de 2018, quando Gilmar deverá deixar o tribunal. Nesse período, o vice-presidente da Corte será Luiz Fux, também ministro do Supremo.
“Não remanesce qualquer dúvida de que o país se reorientou, guiando-se agora pelos ventos incontroláveis da participação cidadã. Se, no julgamento do mensalão, iniciou-se a decisiva sinalização de que, vez por todas, a era da impunidade e da complacência com os poderosos sucumbia […], as competentes investigações em curso na Operação Lava Jato comprovam, de forma cabal, que o Brasil leniente e apático ficou para trás”, disse o ministro em discurso.
Ao lado do presidente em exercício Michel Temer, que assumiu a presidência da República nesta quinta, após o Senado aprovar a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, Gilmar Mendes fez duras reflexões sobre a crise que atravessa o país. Ao final, desejou “sucesso ao professor Michel Temer nesta difícil missão”, depois de agradecer a presença do ex-presidente José Sarney, presente na cerimônia.
No discurso, Mendes se referiu ao período recente da vida pública como “tragédia de erros que desestabilizou a economia e destroçou o sistema político-eleitoral”. Ele falou em “explosivos problemas”, “terríveis e ininterruptas tempestades”, “abissal crise política”, e “presidencialismo de cooptação”. A final de cada crítica, porém, ressaltava a importância e força das instituições brasileiras para enfrentar os problemas.
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