Bolsonaro distorce documento e diz que OMS incentiva masturbação e homossexualidade de crianças
O presidente Jair Bolsonaro acusou a Organização Mundial da Saúde (OMS) de incentivar masturbação e a homossexualidade entre crianças. Bolsonaro publicou uma mensagem sobre o assunto no Facebook, na noite dessa quarta-feira (29), mas depois a apagou.
“Essa é a Organização Mundial da Saúde (OMS) que muitos dizem que eu devo seguir no caso do coronavírus”, afirmou. A entidade prega o isolamento social como medida mais eficaz na prevenção à covid-19. Recomendação fortemente criticada pelo presidente brasileiro. “Deveríamos então seguir também diretrizes para políticas educacionais?”, questionou.
Segundo ele, a OMS faz a seguinte observação sobre a prática da masturbação em crianças de zero a quatro anos: “Satisfação e prazer ao tocar o próprio corpo (masturbação); expressar suas necessidades e desejos por exemplo, no contexto de ‘brincar de médico’; as crianças têm sentimento sexuais mesmo na primeira infância”, escreveu, sem citar a fonte utilizada em seus comentários.
Há um guia publicado pelo Centro Federal de Educação em Saúde da Alemanha, em conjunto com o escritório europeu da OMS. O documento não é dirigido às crianças, mas aos pais, com o intuito de ajudá-los na educação dos filhos, informa reportagem do UOL.
De acordo com o texto das duas entidades, crianças de dois e três anos são curiosas em relação aos seus próprios corpos e passam a ter noção do que é ser menino ou menina.
A mensagem foi apagada depois que alguns usuários do Facebook classificaram as informações do presidente como fake news.
Este não é o primeiro ataque feito pelo presidente contra a OMS. As críticas também têm sido dirigidas ao seu diretor-presidente, Tedros Ghebreyesus. O presidente deturpou falas de Ghebreyesus para embasar seu discurso contra o distanciamento social em ao menos dois momentos para tentar desqualificar o discurso da organização em favor do isolamento social.
Fonte: Congresso em Foco