A Prefeitura de São Luís Gonzaga, no Maranhão, destinou mais de R$ 5,1 milhões ao Instituto Singulare entre fevereiro e outubro de 2024. Os recursos, provenientes de diversas secretarias municipais, como Educação, Saúde e Administração, foram destinados à contratação de serviços de terceirização de mão de obra. No entanto, investigações revelaram que os serviços contratados não foram efetivamente executados pela empresa, mas sim por servidores públicos, levantando suspeitas de irregularidades.
Diante da situação, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Illusio para investigar possíveis desvios de recursos públicos. Durante a ação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em São Luís Gonzaga, São Luís e Penalva. Além disso, foi determinado o bloqueio de R$ 1,4 milhão nas contas bancárias dos investigados, valor que corresponde a uma parte do dano causado aos cofres públicos.
A investigação busca esclarecer as circunstâncias da contratação do Instituto Singulare e apurar os responsáveis pelas irregularidades. Documentos e equipamentos apreendidos estão sendo analisados, e novas denúncias podem surgir nos próximos desdobramentos do caso.
O Ministério Público reforçou que o uso de servidores públicos para realizar serviços que deveriam ser terceirizados representa não apenas uma violação de contrato, mas também potencial prejuízo financeiro e administrativo para o município. Até o momento, a Prefeitura de São Luís Gonzaga não se manifestou oficialmente sobre as acusações.
A Operação Illusio coloca em evidência a necessidade de maior transparência e fiscalização na gestão de recursos públicos, principalmente em municípios menores, onde os controles internos muitas vezes são frágeis.