
Um contrato milionário firmado pela Prefeitura de Anapurus, comandando pelo Prefeito Dr. Tânios, está no centro de uma polêmica que levanta suspeitas de favorecimento político e negligência com os interesses locais. Trata-se do Pregão Eletrônico nº 001/2025, realizado no último dia 26 de fevereiro, que resultou na contratação de uma empresa da vizinha Mata Roma, a cerca de 12 km de distância, para fornecer combustíveis à frota municipal.
Com valor superior a R$ 2 milhões, a licitação tem como objetivo abastecer os veículos oficiais da prefeitura. Apesar de o critério de julgamento ter sido o menor preço unitário, a escolha de uma fornecedora de fora, em detrimento de postos locais capacitados para atender à demanda, tem gerado desconfiança e protestos entre os moradores.
A decisão implica que os veículos públicos precisarão se deslocar até Mata Roma para abastecimento, o que gera gastos extras com combustível, perda de tempo e maior desgaste dos automóveis. “Isso vai na contramão do princípio da eficiência que rege a administração pública. Se há opções em Anapurus, por que buscar fora?”, questiona um cidadão que preferiu não se identificar.
Indícios de influência política
A polêmica ganhou novos contornos com denúncias que apontam o presidente da Câmara Municipal, Júlio César, como articulador da operação. Natural de Mata Roma, o parlamentar estaria usando sua influência para beneficiar conterrâneos, segundo relatos.
Moradores também denunciam um crescente número de contratados e comissionados oriundos de Mata Roma ocupando cargos na administração pública de Anapurus. “É revoltante ver os filhos da terra sendo deixados de lado, enquanto pessoas de fora ocupam cargos e recebem salários pagos com nosso dinheiro”, lamenta uma moradora do bairro Aeroporto.
Prefeitura sob controle externo?
Para críticos da atual gestão, o prefeito de Anapurus tem se mostrado omisso diante das articulações de bastidores. “Anapurus precisava de um gestor com visão, coragem e projeto de futuro. O que vemos é um cenário de estagnação e submissão a interesses escusos”, disparou um ex-vereador do município.
Denúncia ao Ministério Público
Diante das suspeitas, uma denúncia formal foi protocolada junto ao Ministério Público de Contas do Estado do Maranhão. O órgão deverá apurar a regularidade da licitação, a compatibilidade dos preços com os praticados no mercado e os critérios utilizados para a escolha da empresa vencedora.
Enquanto isso, a população de Anapurus aguarda respostas e ações concretas. Nas ruas, cresce o clamor por transparência, justiça e valorização do comércio e dos trabalhadores locais.
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