
Prefeito Edilson da Alvorada
Em Palmeirândia, na Baixada Maranhense, a gestão do prefeito Edilson da Alvorada, está no centro de um escândalo que expõe a fragilidade da transparência e a audácia de esquemas de supostos desvio de dinheiro público. Uma investigação conduzida pelo Blog Veja Agora, revelou que a empresa Comercial Mega Mix Ltda, com matriz em São Bento e filial em Palmeirândia, embolsou mais de R$ 1,5 milhão dos cofres municipais entre 2021 e 2025. O que parecia ser apenas uma fornecedora de água e gás de cozinha para a prefeitura esconde um esquema sofisticado, com suspeitas de uso de laranjas e proximidade com o alto escalão da administração.
O esquema: empresas laranjas e as suspeitas dedesviados
De acordo com informações levantadas, a Comercial Mega Mix Ltda teria ligações diretas com o chefe de gabinete do prefeito, Alex da Alvorada. Para mascarar a operação, a empresa foi registrada inicialmente no nome de Alex e posteriormente em nome de Renato Soares Silva, sobrinho de Alex, e por fim transferida para Evando Márcio Dantas de Lucena, apontado como um possível laranja. Essa manobra, segundo a investigação, foi usada para dificultar o rastreamento dos recursos e encobrir os verdadeiros beneficiários.
A matriz da empresa, sediada em São Bento (CNPJ 29.793.621/0001-51), faturou R$ 711.135,67 em 2021, primeiro ano da gestão de Edilson. Já a filial em Palmeirândia (CNPJ 29.793.621/0002-32), batizada de Mix Comércio, assumiu os “fornecimentos” a partir de 2022, acumulando mais R$ 824.721,10 até 2025. Os valores, detalhados na tabela abaixo, mostram a escalada do esquema:
Os serviços declarados, como fornecimento de água e gás de cozinha, levantam suspeitas pela incompatibilidade com as necessidades reais do município. Enquanto Palmeirândia enfrenta carências em áreas como saúde, educação e infraestrutura, a gestão destinou quantias exorbitantes a uma empresa com claros indícios de irregularidades.
Falta de transparência e impunidade
A operação da Comercial Mega Mix e sua filial revela um padrão preocupante: a falta de fiscalização efetiva e a aparente conivência de setores da administração municipal. A transferência da empresa para nomes de terceiros, como Evando Márcio, sugere uma tentativa de burlar investigações e proteger os verdadeiros responsáveis. A proximidade de Alex da Alvorada, chefe de gabinete, com a empresa reforça a percepção de um esquema orquestrado dentro da prefeitura.
Moradores de Palmeirândia, que já convivem com serviços públicos precários, expressam indignação. “É um tapa na cara da população. Enquanto falta remédio nos postos e as escolas estão sucateadas, milhões são desviados para empresas de fachada”, desabafa um cidadão que preferiu não se identificar.
O que dizem as autoridades?
Até o momento, a prefeitura de Palmeirândia não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. O Blog Veja Agora tentou contato com a gestão de Edilson da Alvorada e com representantes da Comercial Mega Mix, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
As informações levantadas foram encaminhadas ao Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e à Controladoria-Geral da União (CGU) para apuração. A expectativa é que as autoridades investiguem a fundo a origem e o destino desses recursos, além de possíveis crimes como peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Um chamado à reflexão
O caso da Comercial Mega Mix é mais um capítulo na triste realidade de desvios de recursos públicos em pequenos municípios brasileiros. Em Palmeirândia, a gestão de Edilson da Alvorada parece priorizar interesses privados em detrimento das necessidades da população. A pergunta que fica é: até quando a impunidade vai prevalecer? Cabe aos cidadãos e às instituições cobrarem transparência e responsabilidade.
O Veja Agora seguirá acompanhando o caso e trazendo atualizações. Se você tem informações sobre irregularidades na gestão municipal, envie sua denúncia para nosso canal de contato. Juntos, podemos lutar por uma Palmeirândia mais justa e transparente.

